22 de março de 2011

Ainda sobre o dia do Pai . . .

Não tenho a relação maravilhosa que era suposto uma filha ter com o seu pai. Não sou, de todo, apegada a ele como costumam ser todas as meninas com os seus pais. Sempre existiu ali uma barreira, uma distância. Talvez pela grande diferença de idades, talvez pela mentalidade tão diferentemente vincada. As conversas, aquelas de estarmos sentados durante horas a fio sem darmos pelo tempo passar, nunca existiram. Agora já vão existindo alguns diálogos mais longos, digamos que duram no máximo dos máximos 15 minutos. Continuo a ser para ele a menininha pequenina que ele deve proteger custe o que custar. Não se apercebeu que eu fui crescendo com o passar do tempo, e que eu vou continuar a crescer. É a lei da vida, e contra ela não podemos lutar. Sei o valor que tenho para ele, sei bem o quanto se preocupa comigo. Mas há coisas que não gosto nele, principalmente as constantes críticas desde que comecei a conduzir. Ou então as horas que me são impostas para estar em casa, porque sou menina e parece mal isto ou aquilo. São coisas que, de facto, me começam a chatear, até porque não vou ser a eterna menina que ele tanto deseja que eu seja. O tempo avança, não pára. E depois há tantas outras coisas que adoro nele, mesmo quando ele as tenta esconder de mim. Já não sonho em ter uma relação perfeita com o meu pai. Aprendi a olhar para ele tal como é, a gostar dele pelo que é. E é assim que gosto dele, que gostarei sempre dele. E, para mim, será sempre o melhor Pai do Mundo.

Obrigada !
Amo-te *

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